26 de abril de 2010

Estação Tucuruvi - Auschwitz

Ok, Ok, posso estar me repetindo, mas não tem jeito, tenho que falar sobre minha nova experiência no metrô de São Paulo.

Da última vez, tinha “passeado” de metrô FORA do horário do rush, então, apesar dos trens estarem bem cheios não estavam lotados como durante o horário do rush.

Mas vamos lá, vocês vão ver que no fundo, no fundo é uma situação bem engraçada!

Saí do trabalho às 18h e me dirigi ao metrô Trianon-Masp (trabalho na AV. Paulista) em direção ao Paraíso (paraíso?? Ah! Tá!)

De cara, somos encurrados num curralzinho como se fossemos bois indo para o matadouro...é impressionante! Que sensação incrível.

Chega o metrô e, de fora, consigo ver que o lado de dentro já está com lotação máxima...mas isso não faz diferença para os intrépidos guerreiros do metrô Paraíso. Mesmo lotado, assim que abrem as portas, se inicia uma luta, 5 pessoas querendo sair e 1000 querendo entrar...ninguém sai porque quem está fora empurra pra dentro e ninguém entra porque quem está dentro empurra pra fora. Sinceramente, chega a ser hilário!

De repente, eu que ainda estava do lado de fora, sem nenhuma perspectiva de quando entraria, ouço um senhorzinho do lado de dentro: “Vai descer!” “Vai descer!” Vai descer!” “Vai descer!” “Vai descer!” “Vai descer!”

O senhor entrou num desespero indescritível! Baixinho e gordinho, ele quase foi soterrado pelos intrépidos guerreiros que insistiam em entrar num trem lotado.

Após 5 trens, consigo entrar...ufa! Até que enfim!

Que beleza!! Era cotovelo no meu fígado, sovaco no nariz, aquilo encostado naquilo (nem dava para saber se tava sendo encoxada tamanha a quantidade de pessoas).

Sinceramente, me senti em direção aos campos de concentração em Auschwitz e não ao Tucuruvi.

Uma garota vira para mim, com cara de choro: “Moça, desculpa, mas tão me empurrando...” O que poderia dizer para a coitada?

E vejam bem, isso não acontece só no Paraíso não. Uma vez me “aventurei” às 18h no metrô Barra Funda e a situação é bem pior.

As pessoas se jogam, empurram, correm perigo de ficar presas na porta, enfiar o pé no vão entre a plataforma e o trem...chega a dar medo! Você nem precisa se mexer, porque para entrar, te empurram e para sair, te empurram também...é só seguir o fluxo.

Chega a estação Sé...ufa! 500 pessoas saem, mas para meu desespero, 1000 entram...quem disse que dois corpos não ocupam o mesmo espaço nunca andou de metrô no horário de pico.

Finalmente chego ao meu destino, mas como desgraça pouca é bobagem, ainda tenho que encarar um “busão”.

Enquanto vou em direção ao ponto, vejo um ônibus que me chama a atenção. Seu letreiro dizia “Jardim Filhos da Terra”. Aonde fica isso? É incrível a criatividade das pessoas para criar, não?

Enquanto esperava o ônibus, um rapaz com uma caixa de balas na rua, vira para um motorista e diz: “Ô grande! Posso fazer um merchandising dos meus produtos no seu ônibus?”. Achei graça porque é engraçado que de médico e marketeiro, todo mundo tem um pouco.

Não é discriminação, ok? Ponto para o rapaz, que ao invés de estar assaltando alguém, estava trabalhando, vendendo balinhas e que aceitou com simpatia quando o motorista, com muito mau humor, grunhiu um NÃO!

Peguei meu ônibinhos e durante o trajeto, desta vez sentada, comecei a ler um destes jornais que são entregues nas portas dos metrôs. Para encerrar a noite, uma manchete me chama a atenção e me faz morrer de rir: “Garota é baleada em ônibus. Ela toma um tiro na boca”.

Calma, não sou insensível! Vejam o complemento do texto: “Garota é baleada em ônibus. Ela toma um tiro na boca e engole a bala. Depois da cirurgia, garota passa bem.”

Como assim engole a bala???? Por acaso ela parou a velocidade da bala com a língua e a engoliu para evitar que atingisse algum outro órgão????

“Ops! Acho que engoli uma bala de revólver!”. Foi isso que ela pensou? Com certeza não foi isso que aconteceu, mas do jeito que foi escrito, é o que parece!

Jornalistas, vamos nos atentar como escrever as notícias, né?

Bom, “passeio” encerrado! Por hoje acabou...

Agora me digam, seria possível ver tudo isso de dentro de um confortável carro refrigerado? Claaaaro que não!!! Tem coisas que só o governo faz pra você!

É isso! Até a próxima!

15 de abril de 2010

Fim de semana

Cheguei a uma conclusão: São Paulo não aguenta mais tanta gente.

Os finais de semana se caracterizavam por dias em que as pessoas podiam dirigir em ruas mais calmas e vazias...pois é, ERA assim.

Tentem trafegar pela Marginal Tietê, por exemplo, num sábado ou domingo, independente do horário. É impossível. Mesmo com o término de parte das obras, o motorista depara-se, em alguns trechos, com várias faixas e deve pensar: "Que beleza! Que cidade maravilhosa! Que trânsito tranquilo".

Entretanto, algum gênio da engenharia também deve ter pensado: "Calma! Não se iludam! Ainda estamos em São Paulo". Daí, como em um passe de mágica 6 maravilhosas faixas transformam-se em apenas 2...imaginem que beleza de congestionamento que esse afunilamento causa?

Pois bem, mesmo depois de um transitinho básico, é sábado e o que importa é se divertir.

Para quem é casado, noivo, comprometido ou tico-tico no fubá, uma das diversões é ir ao supermercado, comprar guloseimas, alugar um filminho e ficar em casa...que gostoso!

Gostoso? Tentem alugar qualquer filme no sábado a noite! Vocês só irão encontrar "mega-lançamentos" como Noviça Rebelde ou E o Vento Levou. Bom, depois de alugar um blockbuster, é o momento de dar uma passadinha ao supermercado: pizza, sorvete, várias coisas gostosas! Hummmm!!!

Falando em "hummmm", que delícias de filas. Acho que metade da população teve a mesma ideia. O engraçado é ficar uma hora na tal "fila rápida" e mais engraçado é ver, nestas filas, os engraçadinhos com o carrinho cheio, sendo que a quantidade máxima, normalmente, é de 20 a 30 unidades por pessoa.

Sinceramente, toda vez que vou comprar poucas coisas, faço questão de contar quantos produtos tenho no carrinho, pois tenho vergonha de pegar a fila rápida com mais de 30 produtos.

Parece que estão me olhando e pensando o mesmo que penso quando vejo alguém dando de esperto na fila. É a famosa Lei do Gerson, o importante é levar vantagem em tudo.

Após 5 horas entre uma visitinha "rápida" à locadora e ao supermercado, é hora de relaxar.

Aí chega o domingo. Qual o programa preferido dos paulistanos? Ir ao shopping!

Domingo a tarde, lá vamos nós...nós e 1/3 dos paulistanos. Começa a maratona!

Estacionar? Só com reza brava. E aqui os espertinhos também aparecem, pois o que tem de idoso e deficiente físico é impressionante. Já vi muito garotão de 20 anos idoso...

E as pérolas dos vendedores das lojas? Em uma loja de móveis, uma vendedora disse para mim uma vez: "Eu TE envio para VOCÊ o valor por e-mail"...se eu TE envio, só pode ser para VOCÊ!!!!!!!!! Viva a Língua Portuguesa!

E outro vendedor que me disse, enquanto olhava a vitrine: "Pode entrar! Fique a vontade para visitar a loja".

Claro que a intenção foi boa, maaaas, ok! Agora que ele disse, eu entro. Estava só esperando a autorização dele. Sabe como é, vampiros como eu, só entramos nos lugares quando somos convidados...

E quando você entra numa loja de sapatos, por exemplo, e pede para ver um scarpin 38, vermelho de verniz, e o vendedor diz: "É para a senhora?"..."Não Pedro Bó! É para meu marido aqui do meu lado. Ele tem vergonha de comprar então pede para mim. Na verdade, pode embrulhar um 43 bico fino".

Tudo bem, a resposta foi bem à la Seu Saraiva e o sapato poderia muito bem ser para outra pessoa, mas, sinceramente, faz alguma diferença? Não, né?

Então por que não fazer uma pergunta ou comentário mais inteligente como: "A senhora sabia que este modelo está com 30% de desconto?" ou "Comprando este sapato, a senhora poderá escolher outro par pela metade do preço". Olha que beleza de comentário!

Vamos aprimorar o atendimento, minha gente!

E o domingo chega ao fim e com ele temos os programas-clichês de TV: Fantástico, Silvio Santos, Gugu e os maravilhosos esportivos como Terceiro Tempo, Bola na Rede, Mesa Redonda, Rock Gol e etc...todos falando a mesma coisa sobre o mesmo assunto em mil diferentes ângulos...bom, mas este assunto merece um artigo especialmente escrito para ele...fica para a próxima!

É isso! Até mais!

7 de abril de 2010

A difícil arte de conseguir um emprego


No ano passado o mundo vivenciou uma impressionante crise econômica, ou como disse nosso presidente, apenas uma marolinha. Milhares de profissionais perderam seus empregos ao redor do planeta e, claro, no Brasil não foi diferente.

Embora seus efeitos tenham sido mais "suaves" se comparado com os EUA, por aqui os empresários seguraram suas finanças o máximo que puderam a fim de garantir sua sobrevivência.

Aonde quero chegar com essa conversa? Quero chegar nos milhares de profissionais que perderam seus empregos e tentam voltar ao mercado de trabalho.

Certamente a situação se agravou com a crise, mas há algum tempo, conseguir um bom emprego tem sido mais difícil do que acertar na Mega Sena sozinho ou o Corinthians ganhar a Libertadores da América.

Hoje em dia, o que vale para as empresas é contratar o profissional "Bombril", aquele com 1001 utilidades.

Por muito tempo meu currículo esteve disponível num conhecido site de busca de empregos e, analisando as descrições das vagas, me pergunto: Como é possível ter tanta qualificação quando as empresas pagam tão mal os funcionários?

Fala sério! A menos que você tenha nascido em berço de ouro e seu pai possa pagar todo tipo de curso de extensão, é praticamente impossível ter todos os conhecimentos necessários.

O nível de exigência está tão alto que daqui a pouco vão exigir que o candidato saiba fazer malabarismo com garrafas em chamas em cima de um monociclo...

Para um profissional de comunicação, como é meu caso, se pede faculdade (normal até aí...), pós-graduação, inglês fluente, espanhol intermediário (pelo menos), domínio de ferramentas de informática como Corel Draw, Photoshop, Illustrator, InDesign, Flash, HTML, entre outras, além de experiência em todas as atividades de marketing e comunicação, ou seja, de servir cafezinho a prospectar clientes, passando por planejamento, organização de eventos, assessoria de imprensa e, ufa...por aí vai...salário? De R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 na maioria dos casos.

Ah! E tem as empresas que não aceitam candidatos que não tenham estudado em faculdades de primeira linha e que estejam acima dos 30 anos...ah! e se tiver muita experiência não serve porque sabe muito e vai se desmotivar logo...ah! e se tiver pouca esperiência também não serve porque a empresa não tem tempo de treinar e quer alguém já preparado, afinal, tempo é dinheiro...ah! e com o trânsito de São Paulo, é bom que tenha carro próprio (embora as empresas não paguem gasolina e estacionamento)porque se os ônibus ou metrô entrarem em greve, o profissional não vai faltar ao trabalho, mesmo que as Marginais alaguem...ah! e se não tiver carro, então só será contratado se morar perto da empresa...tá super fácil!

E os processos seletivos? Muitas vezes você é exposto ao desconforto de perguntas sem resposta como "Você sabe trabalhar sob pressão e em equipe?". A vontade, muitas vezes, é responder: "Não, sou mega estressada e não sei trabalhar sob pressão. Aliás, se você me perguntar coisas idiotas de novo, você corre o risco de tomar uma bifa...trabalhar em equipe? Não, não sei! Principalmente quando tem um aspones que só sugam sua energia e dizem que foram eles que fizeram o trabalho".

Recrutadores, por favor, sejam mais criativos. Ok,ok! Precisamos do emprego, mas um pouco de respeito não faz mal a ninguém...

Falando em respeito, por que é que as empresas nunca ou quase nunca dão uma resposta ao candidato quando ele não é aprovado? Quantos minutos o RH precisaria para enviar um simples e-mail ao profissional que despendeu um tempo de sua vida para um processo seletivo, avisando-o que não conseguiu o emprego e, assim, liberando-o da ansiedade de um retorno? Seria tão difícil respeitar um candidato?

Sei que a relação de candidato X vaga é maior do que a relação de vestibulando X medicina da USP, mas um pouco de consideração e respeito não custa nada.

Profissionais, acho que está faltando valorizar-se mais. Tá certo, todo mundo precisa trabalhar, mas se você é um profissional competente no que faz, não deixe as empresas fazerem o que bem entendem, te virar do avesso, te humilhar com perguntas esdrúxulas(muitas vezes acontece). Digam não!

O mais impressionante é ver que para ser presidente do Brasil basta ter sido metalúrgico e sindicalista...Faculdades? Idiomas? Pra quê? Um curso de torneiro mecânico já é o suficiente...mas para qualquer outro cargo, aí sim precisa estudar.

Tá certo! Viva o Brasil!

É isso! Até mais!